Aconteceu na última terça-feira (28), a etapa final do Curso de Extensão em Homeopatia na Agricultura e Ambiente. A apresentação de estudos de casos sobre a aplicação de homeopatia em plantas, animais e ambientes foi realizada na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Erexim, para 60 agricultoras, agricultores, estudantes universitários e profissionais de diversas áreas, que integram a terceira turma, habilitados para concluir o curso mediante
Com 160hs de duração, o curso de extensão visa difundir conhecimentos sobre a homeopatia entre as pessoas participantes, com um olhar especial às famílias agricultoras, para que possam produzir alimentos livres de resíduos químicos, de maneira mais autônoma e com custo de tratamento praticamente zero.
De acordo com Tarita Cira Deboni, engenheira agrônoma e professora doutora pela UFFS, o propósito de realizar o curso de homeopatia é o fortalecimento desta ciência em toda a região do Alto Uruguai Gaúcho. “Esperamos que todas as pessoas participantes possam aplicar a homeopatia em seus meios e restabeleçam a saúde dos ambientes e de seus envolvidos. Que sejam autônomas e não dependam mais de empresas e vendedores”, completa Tarita.
A homeopatia vem sendo construída dentro do campo popular e agroecológico como uma prática sustentável para o equilíbrio da vida nos agroecossistemas. Ela pode ser utilizada de forma livre, segura e soberana, fortalecendo a independência das pessoas em suas unidades produtivas, oportunizando sustentabilidade, equilíbrio, saúde e produção agroecológica.
Geneci Ribeiro dos Santos, dirigente estadual do movimento de mulheres camponesas e agricultora agroecologista afirmou que o curso de homeopatia tem sido uma ferramenta muito importante para a sua vida e o seu trabalho, pois permitiu aprofundar os conhecimentos nos princípios desta ciência que possui a arte de curar. “A homeopatia tem permitido diminuir os custos com a compra de medicamentos e desta forma, diminuir o uso de agrotóxicos, proporcionando às famílias produzir alimentos mais saudáveis e com isso ter uma maior e melhor consciência ecológica e permitir que famílias camponesas possam cuidar mais do ambiente e dos recursos naturais”, explica.
Renda e autonomia
O assessor do CAPA Erexim, Vitor Hugo Hollas, um dos responsáveis pela coordenação e organização do curso, destaca a sua importância para a autonomia e geração de renda das famílias envolvidas, principalmente para às mulheres, maioria na formação. “As vantagens da utilização da homeopatia são muitas. A segurança do tratamento é importantíssima, o custo é muito baixo, o domínio do tema têm sido enorme, a independência gerada nas pessoas participantes para praticar a homeopatia, desenvolver medicamentos e dominar a temática têm sido muito gratificante. É animador ver os impactos causados em todo o agroecossistema, tanto na produção vegetal, de animais, como no ambiente da unidade produtiva, nas pessoas e famílias. Os resultados são surpreendentes”, conclui.
Também Roberto Petroski, agricultor agroecologista destaca a importância do curso, pela qualidade e facilidade de compreensão dos conteúdos apresentados, pela didática aplicada, mas principalmente pela independência que proporciona às famílias agricultoras. “O curso foi de extrema importância, com conteúdos que a gente conseguia compreender, linguagem acessível, mas principalmente pela independência que a homeopatia proporciona ao agricultor. Hoje em dia sofremos muita pressão para a compra de produtos, insumos, serviços e a gente muitas vezes não faz o planejamento das nossas ações, não cria nossas próprias alternativas e já compra o pacote pronto”, explica.
“Esse curso traz outra visão. Possibilita que os agricultores recebam a informação, saibam processar e utilizar ela da forma como nós necessitamos. Sem a dependência ou o vínculo com alguém, alguma empresa”, completa Petroski.
Promoção
O curso é promovido pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD), através do seu programa Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA núcleo Erexim), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erexim, Cresol Base Alto Uruguai, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Centro de Tecnologias Alternativas Populares (CETAP) e Sindicato Unificado dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Alto Uruguai (Sutraf-AU).
Texto: Assessoria de comunicação
Fotos: Vitor Hugo Hollas