A Embrapa Clima Temperado, a FLD, através do programa CAPA Pelotas e a Emater promoveram, no dia 07 de dezembro, o XVIII Dia de Campo de Agroecologia e a II Feira da Agroecologia na Estação Experimental da Cascata, em Pelotas (RS). O evento contou com a participação de mais de 1500 pessoas, na sua maioria agricultoras e agricultores, kilombolas e indígenas, extensionistas, pesquisadores, gestores, professores e estudantes de diferentes níveis, de vários municípios.

Este ano, o objetivo principal do dia de campo foi o de apresentar soluções tecnológicas com foco no tema das águas, seus excessos e sua escassez, com abordagens que buscaram apresentar tecnologias e inovações disponíveis e direcionadas para lidar com as oscilações climáticas, suas consequências e para promover a sustentabilidade ecológica, a diversificação da matriz produtiva e a reprodução social na agricultura familiar de base ecológica.

De acordo com Márcio Morales, assessor técnico do CAPA Pelotas, o evento foi muito exitoso, pela ampla participação de famílias agricultoras da região, que puderam participar das estações temáticas e ciclos de palestras que trataram de temas importantes para o seu cotidiano. “O tema dos serviços ambientais, da agrosociobiodiversidade, dos sistemas de produção biodiversos e de insumos para a agricultura sustentável, trazidos nas estações temáticas, são de fundamental importância, pois apresentam novas possibilidades de desenvolvimento das propriedades e comunidades, com alternativas para fortalecer a produção de base ecológica, respeitando o ecossistema local e produzindo alimentos mais saudáveis e livres de agrotóxicos”, completa Morales.

A edição deste ano contou ainda com oficina pedagógica, mostra cultural de arte e dança, reunião regional de organizações de controle social para a conformidade orgânica e ciranda agroecológica para crianças do ensino fundamental da rede pública de Pelotas, realizadas paralelamente ao dia de campo.

Estações temáticas

Novamente neste ano, o evento contou com quatro estações temáticas. A equipe técnica do CAPA Pelotas esteve na organização de duas delas. A estação de agrosociobiodiversidade, apresentando aos participantes o trabalho realizado junto às famílias guardiãs de sementes que preservam e multiplicam sementes tradicionais nas suas comunidades e também a estação sobre serviços ambientais, mostrando a tecnologia social de captação e armazenamento de água das chuvas.

Feira da Agroecologia

Com a participação de 39 entidades e organizações, a feira agroecológica é outro destaque do evento. Os grupos de agricultoras e agricultores, comunidades tradicionais, associações e cooperativas puderam demonstrar e comercializar a sua produção de sementes, legumes, verduras e hortaliças, frutas, artesanato, produtos industrializados, plantas medicinais, entre outros produtos que foram ofertados aos participantes do evento. A feira contou também com bancas de entidades de pesquisa, extensão e educação.

De acordo com Roni Bonow, Coordenador do CAPA Pelotas, a feira é um espaço muito importante, pois demonstra para os participantes toda a riqueza e potencial produtivo das famílias e comunidades tradicionais. “Com a feira, reunindo tantas iniciativas que integram a agroecologia como um todo é possível ver o quanto somos diversos e como também é diversificada a nossa maneira de produzir, os conhecimentos e produtos que ofertamos”, observa.

Intercâmbio

Este ano o dia de campo contou com a participação de duas caravanas vindas dos CAPAs de Erexim e também de Santa Cruz do Sul. Compostos por pessoas indígenas, famílias agricultoras, estudantes da Efasol e assessores técnicos, os grupos estiveram em Pelotas para conhecer mais sobre as tecnologias desenvolvidas para a produção orgânica de alimentos e também sobre a forma de organização e produção dos grupos e cooperativas acompanhadas na região.

Texto: Assessoria de Comunicação FLD

Fotos: Juliana Soares, Madaliza Nascente, Mateus Kuhn, Roni Bonow e Márcio Morales | FLD