Todos os anos, em 3 de outubro, comemora-se o Dia Nacional da Agroecologia, oficializado em 2017 pelo Congresso Nacional. A data chama atenção para a importância da agroecologia na saúde da sociedade e do meio ambiente. Ela também homenageia o nascimento da engenheira agrônoma Ana Maria Primavesi, pioneira nos estudos sobre manejo ecológico do solo, agroecologia e agricultura orgânica.
O que é Agroecologia?
O conceito de agroecologia é amplo e diverso. Resumidamente, é uma série de princípios, conceitos e metodologias que tem como prioridade manejar e cuidar os bens naturais com respeito. Envolve a prática agrícola, movimento e ciência.. Ela também tem por objetivo a vida boa, territórios com direitos garantidos, nos quais sejam promovidos direitos sociais, econômicos, culturais e ambientais para todas as pessoas.
Quem pratica agroecologia no Brasil?
A agroecologia faz parte do modo de vida das comunidades kilombolas¹ e indígenas e outras comunidades e povos tradicionais. Agricultura familiar, assentamentos e acampamentos da reforma agrária também adotaram a prática, que ajuda a equilibrar o meio ambiente e reconhecer o papel das pessoas e comunidades na produção de saberes e na preservação dos biomas.
Além disso, a agroecologia aproxima famílias agricultoras e consumidoras, tornando as relações de consumo mais justas e solidárias. Esses processos acontecem, principalmente, por meio de feiras comunitárias e programas como o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar).
FLD-CAPA promove e assessora iniciativas agroecológicas há mais de quatro décadas.
Princípios da agroecologia
. Recuperar e conservar a vida e biodiversidade no planeta;
. Contribuir para a segurança e a soberania alimentar, tendo como prioridade a qualidade de vida das pessoas com acesso a alimentos saudáveis, educação, saúde, lazer e cultura;
. Enfrentar todas as formas de violências, preconceitos e racismo;
. Promover relações justas e de equidade;
. Promover a organização social, com protagonismo de todas as pessoas, especialmente assegurando maior espaço participativo para mulheres, juventudes e população LGBTQIA+;
. Priorizar a relação direta com famílias consumidoras, o abastecimento local e regional e fortalecer a economia popular solidária e as relações de comércio justo. Busca-se, assim, ampliar o consumo por parte das classes mais populares, promovendo a segurança e soberania alimentar e nutricional;
. Enfrentar a exploração e opressão econômica, socioambiental, política, social, cultural, violência de gênero e feminicídios, o racismo e lgbtfobia.
¹ Optamos por escrever kilombola com “k” para dar protagonismo aos idiomas originários das palavras (Kaingang e de povos africanos, respectivamente).