POR ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA FLD
Aconteceu no último dia 03 de abril, o II Encontro sobre Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH), que reuniu cerca de 160 agricultoras e agricultores dos estados da região Sul do Brasil, pertencentes à Rede Ecovida de Agroecologia. A atividade foi promovida pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD), através do seu programa CAPA, como ação do Projeto Innova Ecovida em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Pato Branco.
O sistema de plantio direto de hortaliças é a técnica de realizar o plantio das culturas sem a necessidade do revolvimento do solo, com o uso de palhada mantida sobre a terra, para reduzir perdas de solo e água, manter a temperatura mais estável, promover a saúde do solo e aumentar a eficiência produtiva das hortaliças. Além disso, o SPDH é um método de plantio que contribui para mitigar as mudanças climáticas.
O SPDH é um sistema que apresenta também muitas outras vantagens para as famílias agricultoras. Ele tende a diminuir a mão de obra necessária no cultivo das áreas onde é utilizado, diminui o custo produtivo das hortaliças, promove a agroecologia e a qualidade de vida das famílias e ainda incentiva a permanência do jovem no campo.
O encontro foi dividido em duas partes, uma teórica e outra prática, que proporcionaram momentos de formação e troca de experiências. Na formação teórica, o professor Jucinei Comin, Dr. Eng. Agrônomo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), falou sobre o SPDH como método para a transição agroecológica e trouxe diversos exemplos e experiências do estado de Santa Catarina, que é referência no sistema.
Formação prática
Houve também um momento prático, onde as famílias agricultoras visitaram a área experimental da UTFPR, que estava dividida em três estações. Na primeira, puderam ter mais informações sobre o manejo ecológico do solo, onde o professor Jucinei Comin falou sobre a importância do solo saudável para o cultivo de plantas saudáveis; a segunda estação abordou a temática da mecanização para o SPDH, com informações trazidas pelo professor Flávio Gurgaz, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Cascavel, que apresentou algumas máquinas e equipamentos para a agricultura familiar; e a terceira estação tratou sobre plantas de adubação verde e de cobertura, apresentando para as pessoas participantes inúmeras espécies, os seus benefícios e formas de manejo, temática que ficou a cargo do professor Dr Thiago Vargas, da UTFPR.
A agricultora e coordenadora do Núcleo Sudoeste da Rede Ecovida, Marineuza Zarista, disse que o evento foi muito proveitoso e que irá colocar em prática muito do que aprendeu. “A partir de agora, vou utilizar as plantas de adubação verde para deixar o solo coberto, pois consegui ver os benefícios do SPDH e a importância dessas práticas e também vou compartilhar o que aprendi com outras famílias agricultoras do meu núcleo, pois o SPDH veio para ajudar no cultivo da nossa terra”, explica.
Projeto Innova Ecovida
O projeto Innova Ecovida é executado pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD) com a Rede Ecovida de Agroecologia e compõe o programa global ‘Organizações de agricultores líderes em pesquisa e inovação em agroecologia para sistemas alimentares sustentáveis”, chamado de FO-ledR&I. O projeto é apoiado pela União Europeia (UE) e Organização de Estados da África, Caribe e Pacífico (OACP), por meio do instituto Infocos Agri-Agência.