Por Assessoria de Comunicação FLD
Entre os dias 04 e 06 de dezembro aconteceu o Agroecologia 2024, evento que abrigou diversas atividades simultaneamente e que neste ano teve como tema geral ‘Reconstruindo com Agroecologia’. Realizado na Estação Experimental Cascata, da Embrapa Clima Temperado, em Pelotas (RS), o evento contou com a 2ª Ciranda Agroecológica, a 19ª edição do Dia de Campo de Agroecologia, a 3ª Feira da Agroecologia e a 2ª Mostra Cultural e Artística, além de Mostra e Troca de Sementes Crioulas, exposição de máquinas para a agricultura familiar e o seminário Técnico de Agroecologia na Embrapa, que foram novidades neste ano.
Acompanhando o tema central, o Dia de Campo buscou apresentar tecnologias para ajudar as famílias agricultoras e povos e comunidades tradicionais a enfrentar, através da agroecologia, os seguidos eventos climáticos que têm atingido a região, buscando reconstruir os agroecossistemas que foram ainda mais afetados com a catástrofe climática deste ano.
Roni Bonow, coordenador do CAPA Pelotas, lembrou que os sistemas de produção agroecológicos são as melhores alternativas para o enfrentamento à crise climática. “A agroecologia é onipresente, ela está em todas as práticas das famílias agricultoras, assim como dos povos e comunidades tradicionais. Temos um grande desafio em aprender junto com essas agricultoras e agricultores, valorizar seus saberes e tecnologias como alternativas à crise climática e, em conjunto, construir novas possibilidades, com respeito aos modos de vida e também de toda a diversidade existente”, completou.
Com estações sobre serviços ambientais, sistemas de produção biodiversos, agrossociobiodiversidade e bioinsumos, o Dia de Campo buscou apresentar soluções para à sustentabilidade dos sistemas alimentares, valorizando os saberes tradicionais.
Além disso, as estações procuraram mostrar exemplos práticos de tecnologias e iniciativas que favoreçam a manutenção e a recuperação dos sistemas produtivos, preservando e regenerando o meio ambiente e assim, mitigando os efeitos das mudanças climáticas e seus impactos.
3ª Feira Agroecológica
Paralelamente às atividades aconteceu a 3ª Feira Agroecológica, com cerca de 40 bancas, com uma mostra diversificada de produtos oriundos das famílias da região que foram consumidos e comercializados durante o evento.
Estiveram presentes pessoas indígenas com o seu artesanato tradicional e também com mostra de sementes, famílias kilombolas, que comercializaram alimentos produzidos nas suas comunidades, além de famílias produtoras que também mostraram toda a diversidade e potencial dos produtos da região.
Troca-troca de sementes tradicionais
Como novidade nesta edição, foram convidadas famílias agricultoras guardiãs de sementes tradicionais para fazer a amostragem e a troca de seus materiais, muitos dos quais só são encontrados nesses espaços. De acordo com Márcio Morales, técnico do CAPA Pelotas, valorizar o trabalho das famílias guardiãs é fundamental para manter a sua autonomia e também um banco genético diversificado. “Esse trabalho de resgate e multiplicação das sementes tradicionais é fundamental para que essas variedades, que já estão adaptadas à nossa região e às nossas condições de clima e solo, não se percam”, explica.
Entre as sementes estavam variedades de milho, feijão, arroz, tomate, fava, hibisco, pimenta, pipoca, urucum, maxixe, ervilha, melancia, amendoim, bucha vegetal, entre outros.
Intercâmbio
Para dar condições e privilegiar a participação e o protagonismo das juventudes, o Projeto Innova Ecovida promoveu um intercâmbio envolvendo 30 pessoas de quatro núcleos da Rede Ecovida de Agroecologia que participaram das atividades do Dia de Campo, principalmente das práticas envolvendo bioinsumos.
O objetivo foi articular e fortalecer o processo de pesquisa e inovação em desenvolvimento com o protagonismo da juventude. O grupo esteve também na Escola Família Agrícola da Região Sul (EFASUL) em Canguçu, local de trabalho de pesquisa da UR Bioinsumos do núcleo Sul do RS. Ao total 10 URs estão em execução.
Realização
O evento é promovido pela Embrapa Clima Temperado, Fundação Luterana de Diaconia (FLD), através do seu programa CAPA Pelotas, (Emater/RS-Ascar) e Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
O evento contou com o apoio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Ministério da Agricultura e Pesca; Plataforma Colaborativa Sul para Mitigação de Efeitos Climáticos adversos na Agropecuária; Anater; Afubra; Bionatur, Coopar; Cooperbio; Cooperativa Origem Camponesa; Cresol; Furg; Instituto Cultural Padre Josimo; Instituto Federal Sul-Rio-Grandense; Movimento Pequenos Agricultores; Prefeitura de Pelotas; Secretaria Municipal de Educação e Desporto de Pelotas; Rede de Agroecologia Ecovida; Sinpaf; e Uergs.