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Enchentes no Rio Grande do Sul: respostas humanitárias da Fundação Luterana de Diaconia (FLD)

                 

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Enchentes no Rio Grande do Sul: respostas humanitárias da Fundação Luterana de Diaconia (FLD)
28 de maio de 2024 Comunicação FLD
POR ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA FLD
Foto: Alass Deriva

Nas últimas semanas, o Brasil e o mundo têm acompanhado as notícias do desastre no Rio Grande do Sul depois das fortes chuvas e da maior enchente que se tem registro na história do estado. Mais de duas milhões de pessoas já foram impactadas, aproximadamente 618 mil estão fora de suas casas e cerca de 85% das cidades do estado foram atingidas, segundo dados da Defesa Civil RS.

Além das mortes causadas, os prejuízos totais ainda não podem ser mensurados. A água que inundou casas inteiras e devastou locais de trabalho destruiu também os sonhos de milhares de famílias. Depois que baixar, o trabalho de reconstrução vai muito além da limpeza e organização do que sobrou e pôde ser salvo. Será necessário pensar em alternativas para as pessoas que perderam seus bens e suas fontes de renda.

Diante da situação, a Fundação Luterana de Diaconia (FLD) tem atuado de diversas formas para auxiliar pessoas e comunidades atingidas pelas enchentes.

Incidência

Além do acompanhamento feito de forma direta com as comunidades e suas organizações, a incidência vem sendo feita a partir do Conselho Estadual de Direitos Humanos do RS, do qual é representante titular, e participação em espaços estratégicos como a reunião da Secretaria-Geral da Presidência da República com movimentos sociais e organizações da sociedade civil, realizado no dia 8 de maio, na sede do escritório criado pelo governo federal em Porto Alegre.

Também a partir da inserção no Grupo de Trabalho do conjunto de organizações articuladas pela Plataforma dos Movimentos Sociais por Outro Sistema Político, que construiu a campanha Auxílio Calamidade Climática. A campanhatem como objetivo a criação de um auxílio emergencial para a população afetada por eventos climáticos extremos e, com isso, enviar uma mensagem ao governo federal que é hora de criar políticas de mitigação aos efeitos da emergência climática e oferecer formas de apoio às populações atingidas.

Programa COMIN – identificação e atendimento às comunidades indígenas afetadas 

O Programa COMIN atuou no levantamento colaborativo para identificação das comunidades e territórios indígenas diretamente afetados pelas enchentes, junto à Comissão Guarani Yvyrupa e Campanha Unificada APIB/Arpinsul. Segundo o levantamento, pelo menos 80 comunidades foram atingidas pelo desastre.

O programa também atua no apoio das iniciativas de ajuda humanitária das organizações indígenas para atendimento emergencial das comunidades e territórios atingidos, em relação à segurança alimentar, acesso à água e logística de entrega de doações, e incidência na definição de estratégias para políticas públicas de atendimento a essas comunidades.

A articulação indigenista formada, que conta com um conjunto de 22 organizações da sociedade civil, já realizou ações emergenciais para atender mais de 1.300 famílias dos povos Guarani Mbya, Kaingang, Laklãnõ-Xokleng e Charrua, em 67 aldeias distribuídas em 35 municípios, durante dez dias.

Em carta pública, listaram 14 passos de ações a serem assumidas e coordenadas pelo Estado para garantir o bem-estar dos povos indígenas no Rio Grande do Sul a curto, médio e longo prazo. As ações incluem organização logística para gestão de doações destinadas às comunidades atingidas, de construção e reconstrução da infraestrutura nas aldeias e de garantia de direitos como saúde, saneamento básico e soberania alimentar, além da regulamentação dos territórios.

Entregas realizadas para comunidades indígenas Guarani Mbya. Foto: Equipe FLD-Programa CAPA filial Santa Cruz do Sul

Programa CAPA – apoio emergencial nas regiões do Vale do Rio Pardo, Vale do Jacuí e Vale do Taquari

Através do Programa CAPA, foram entregues centenas de alimentos e outros produtos para o apoio emergencial às famílias afetadas. Nas regiões do Vale do Rio Pardo e Vale do Jacuí, entre os dias 10 e 13 de maio, 157 cestas com alimentos foram entregues para 216 famílias em sete comunidades indígenas Guarani Mbya e Kaingang e duas comunidades kilombolas. Além das cestas, cobertores, água e combustível para que as pessoas pudessem se locomover e buscar outras doações.

O trabalho envolveu o levantamento das comunidades e famílias com as maiores necessidades, o recolhimento de parte das doações, a organização das cestas e as entregas. “Nas comunidades Guarani e Kaingang em Salto do Jacuí e Estrela Velha, a maior dificuldade foi o acesso às famílias, pois várias pontes estavam interrompidas e um longo caminho alternativo precisou ser feito. As necessidades mais urgentes eram por comida, roupas e cobertores. Parte das doações de roupas foram arrecadadas entre a própria equipe, familiares e amigos”, explica Melissa Lenz, coordenadora do Programa CAPA filial Santa Cruz do Sul.

A partir do dia 14, novas entregas foram feitas. Desta vez, chegaram até comunidades indígenas e kilombolas 300 cestas, 250 kits limpeza, 250 kits higiene, 25 kits fraldas, 270 galões de água, 300 cobertores, brinquedos, caixas de bolacha e 60 cobertores. Essas haviam sido as únicas entregas que chegaram até as comunidades indígenas e kilombolas das regiões. As doações foram feitas para comunidades nos municípios de Salto do Jacuí, Estrela Velha, Cachoeira do Sul, Rio Pardo e Caçapava do Sul.

Também foi beneficiada a Cooperativa de Catadores e Recicladores de Santa Cruz do Sul – COOMCAT, com 32 pacotes de cucas, pães, café e açúcar.

Já na região Sul do estado, que foi atingida pelo aumento do nível da Lagoa dos Patos, o Programa CAPA recebeu mais de meia tonelada de alimentos para serem distribuídos às famílias pescadoras na Colônia Z-3, em Pelotas. As famílias doadoras são de Arroio do Padre e Pelotas e reuniram diversos alimentos, na grande maioria produzidos por elas mesmas.

A articulação foi feita diretamente entre as famílias de pescadoras e pescadores com o Programa CAPA, pois muitas pessoas ficaram desalojadas e se abrigaram com familiares ou pessoas amigas, sem poder receber doações devido ao critério da Prefeitura Municipal, que as direcionou para as pessoas dos abrigos municipais. “Em algumas casas, são até 18 pessoas que estão dividindo o espaço e há dificuldades em alimentar todos e, por isso, a necessidade de buscar ajuda”, conta Márcio Morales, técnico do Programa CAPA filial Pelotas .

O pedido de doação foi feito diretamente para as famílias produtoras que, sensibilizadas com a situação, doaram os alimentos. Os alimentos arrecadados foram chuchu, mandioca, abóbora cabotiá, abóbora moranga, batata doce, feijão, cebola, arroz, massa, óleo, sal, açúcar, carne de frango e doces, totalizando aproximadamente 600 kg de produtos.

Famílias doaram alimentos para pescadoras e pescadores na Colônia Z-3. Foto: Equipe FLD-Programa CAPA filial Pelotas

Programa de Pequenos Projetos – cestas básicas e vale-gás de cozinha para catadoras de materiais recicláveis de Porto Alegre

Na zona leste de Porto Alegre, as catadoras de materiais recicláveis da cooperativa “Sabor da Vitória” estão entre as pessoas mais impactadas pelas enchentes. Embora suas casas não tenham sido diretamente atingidas pelas inundações, as catadoras estão com sua renda comprometida devido à falta de material para reciclagem e à dificuldade de comercializar o pouco que conseguem coletar. As estradas danificadas e a escassez de combustível impedem o transporte dos materiais reciclados, deixando as mulheres sem condições de garantir o sustento de suas famílias.

Diante dessa situação, a FLD buscou apoio de pessoas solidárias e conseguiu distribuir cestas básicas com alimentos frescos e ricos em proteínas, além de vale-gás de cozinha para as famílias mais necessitadas.

“A sua doação levou alimento para a mesa das catadoras de materiais recicláveis e suas famílias!”, ressalta Isabella Onzi Flores, coordenadora da Campanha Projetos de Vida da FLD. “Elas estão passando por um momento muito difícil e por não terem sido diretamente afetadas pelas enchentes têm dificuldade de acessar auxílios governamentais. A ajuda faz toda a diferença para que suas famílias tenham comida na mesa”.

Catadoras de materiais recicláveis de Porto Alegre receberam cestas básicas para segurança alimentar de suas famílias.

Povos e comunidades tradicionais alertam para a emergência climática

Segundo especialistas, eventos climáticos extremos serão cada vez mais comuns e intensos, pois estão relacionados à degradação do meio ambiente e às mudanças no clima. Políticas públicas que se antecipem a esses eventos são medidas urgentes e necessárias para minimizar os impactos sentidos pela população, principalmente aquela mais vulnerável.

Povos e comunidades tradicionais já fazem este alerta há bastante tempo. No caderno “Emergência climática: povos indígenas chamam para a cura da Terra!”, as pessoas indígenas mostram como o respeito aos modos de vida ancestrais são fundamentais para o enfrentamento à emergência climática e apontam saídas, desde ações desenvolvidas em seus territórios até repensar a relação das pessoas com a natureza de forma mais profunda.

O material trata do conceito e das consequências desse fenômeno, mostrando que todas as pessoas já estão sendo impactadas. “A natureza tem dado sinais de que as ações humanas contra o equilíbrio natural estão tomando proporções que a nossa mera existência não irá suportar. A emergência climática que vivemos é a situação em que é necessária uma ação urgente para reduzir ou impedir totalmente a mudança no clima do planeta”.

Ajude quem perdeu tudo com as enchentes!

Você pode ajudar as milhares de pessoas que foram atingidas pelas chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul. São muitas as pessoas que ainda precisam de ajuda. Doe agora e apoie as ações de reconstrução de vidas da Fundação Luterana de Diaconia. A sua doação é esperança para quem sofre. Clique aqui para fazer uma doação agora!

Além de receberem água, alimento e roupas no primeiro momento, essas pessoas precisam reconstruir suas casas e locais de trabalho. Serão meses muito difíceis de reconstrução, mas que, com a sua ajuda, podem ser um pouco mais leves.

Acesse fld.com.br/doers e faça uma doação. Colabore com a reconstrução dessas milhares de vidas!

Em união e solidariedade, poderemos reconstruir projetos de vida.

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