O Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir) de Santa Cruz do Sul (RS) realizou o 1o Encontro de Povos Tradicionais nos dias 22 e 23 de julho. O evento possibilitou momentos de partilha, valorização dos saberes tradicionais e das identidades, bem como, debates sobre políticas públicas àquelas populações.
Representantes da Fundação Luterana de Diaconia – Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (FLD-CAPA), que é parte do Compir pela sociedade civil, participaram do evento ao lado de representantes do Comitê de Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa, dos kilombos de Rio Pardo, Vale Verde, General Câmara, povos ciganos, indígenas da etnia Guarani, terreiros de matriz africana de Santa Cruz do Sul, Rio Grande e Canoas, entre outros.
Representatividade e lugar de fala
Segundo a presidente do Compir, Vera Lucia da Silveira, o encontro se fez necessário “devido à invisibilidade de tais povos na atual conjuntura”. Silveira disse ainda que “os valores civilizatórios e a visão de mundo que esses povos ensinam nos fazem acreditar que um mundo melhor é possível”.
A presidente da Associação Kilombola Rincão dos Negros, Joelita David Bitencourt, apresentou o projeto de Segurança e Soberania Alimentar desenvolvido em parceria com FLD-CAPA, com apoio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). Após a exposição, ela destacou: “foi importante falar enquanto mulher negra kilombola sobre a minha comunidade”.
Para a assessora da FLD-CAPA Grasiela Michels, o caminho é ouvir e aprender. “É importante que os povos e as comunidades tradicionais estejam ocupando cada vez mais espaços de fala para fazerem os debates, reflexões e contribuírem com as ações que dialoguem com suas realidades e comunidades”.
Saiba mais sobre o que rolou no encontro
A programação dos dois dias contemplou temáticas como segurança e soberania alimentar, conservação de solos, saúde, religião, racismo e diversidade.
Ao longo do encontro, também ocorreram rodas de saberes. Em uma delas, o cacique Guarani da aldeia Jata-Ity, Albino Gimenez, participou e partilhou a caminhada e as lutas da sua comunidade.
Ocorreram também apresentações culturais com dança afro, dança cigana, roda de capoeira, teatro com o boneco Bastião, cantos, dinâmicas em grupo e espaço de artesanato Guarani.
Foto: Arquivo CAPA