A Fundação Luterana de Diaconia – Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (FLD-CAPA), em parceria com o Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial (Compir), realizou oficina de promoção e fortalecimento da identidade kilombola na comunidade Rincão dos Negros, em Santa Cruz do Sul (RS), por meio da criação de bonecas Abayomi.
A oficina começou com uma roda de conversa sobre o resgate, a identidade e a história da boneca Abayomi. Houve muita partilha, questionamentos e mão na massa. Cada mulher e menina fez a sua Abayomi. A atividade ocorreu no dia 14 de abril.
A mediadora da atividade e presidenta do Compir, Vera Lúcia da Silveira, trouxe na sua prática e fala a importância da identidade e do lugar de pertencimento da pessoa negra. “Isso é fundamental para avançar enquanto comunidade kilombola”, destacou.
Joelita David Bitencourt, presidenta da Associação Kilombola Rincão dos Negros, gostou da atividade. “A oficina foi muito boa e interessante para as mulheres saberem a origem e o significado da boneca. Foi uma ‘aula raiz’ que todas vão ter a história pra contar”.
Atuação
Essa atividade faz parte do projeto Promoção de Soberania Alimentar e Nutricional, Saúde e Geração de Renda com Comunidades e Famílias em Vulnerabilidade, que tem o apoio do setor de projetos e ação comunitária da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).
A proposta do projeto é levar soberania, segurança alimentar e nutricional às famílias envolvidas por meio da agroecologia, envolvendo ações afirmativas sobre seus conhecimentos e resgate de saberes ancestrais acerca de alimentos, plantas e da história da comunidade. A ideia é que, depois de suprir a própria necessidade alimentar, as famílias possam comercializar o excedente como alternativa de renda.
“A FLD-CAPA vem caminhando junto das comunidades na construção de ações afirmativas nas áreas de produção agroecológica com as comunidades kilombolas. Há muito que se caminhar e construir, mas o fortalecimento da identidade, em especial das mulheres negras, é fundamental para enfrentar as lutas contra as desigualdades e o racismo”, afirmou Grasiela Michels, enfermeira do CAPA Santa Cruz.
Fotos: Arquivo CAPA
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