Representantes da FLD-CAPA dialogaram com pessoas e distribuíram 430 exemplares da publicação “Nem Tão Doce Lar: uma vida sem violência é um direito humano”, durante o mês de março na região de Santa Cruz do Sul (RS).
A publicação serve de apoio ao enfrentamento da violência doméstica e de gênero. E traz informações a respeito da legislação que configura a violência doméstica e familiar contra mulher, assim como os tipos de violência e principais redes de apoio no atendimento às vítimas.
A ação foi realizada com grupos de saúde comunitária de mulheres rurais e urbanas do Vale do Rio Pardo e do Taquari, e alunas e alunos da EFASC (Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul) e EFASOL (Escola Família Agrícola de Vale do Sol).
Pela vida e pela saúde
De acordo com a enfermeira Grasiela Michels, da equipe do CAPA Santa Cruz, partilhar as informações e falar de algo que diz respeito à vida das mulheres é um compromisso para além do social. É se responsabilizar pela vida e saúde de todas as pessoas, em especial, das mulheres.
“Precisamos desconstruir o ditado popular de que em ‘briga de marido e mulher não se mete a colher’. É necessário e urgente que se fale sobre a violência doméstica e familiar para superar as dificuldades, estabelecer estratégias, fortalecer as redes de apoio e acabar com a violência contra as mulheres e meninas”, afirma Michels.
Questão importante e urgente
Para Cristina Vergutz, coordenadora pedagógica da EFASC, a entrega das cartilhas para as alunas e alunos da escola é importante, pois auxilia com fundamentação teórica sobre o tema para se trabalhar em sala de aula e levar para as famílias o assunto. “A cartilha dá corpo e materializa junto às famílias o que já se discute na escola, que é a igualdade de gênero”, destaca.
Marlon Antonio Bianchini, professor de ciências humanas e sociais da EFASOL, destaca que a cartilha possibilita aos estudantes a reflexão sobre a vida das mulheres no campo. “Essa cartilha serve como rico material de apoio aos jovens. A ação foi um momento bastante importante para a EFASOL, contribuindo na construção do conhecimento”, comenta.
Nem Tão Doce Lar
A cartilha foi feita a partir da mostra itinerante Nem Tão Doce Lar, uma metodologia de intervenção coletiva para a superação da violência familiar. Pela mostra, leva-se a espaços públicos a representação de uma casa familiar, com informações e elementos sutis ou evidentes que denunciam a violência sofrida por mulheres, crianças, adolescentes, jovens, pessoas idosas e pessoas com deficiência.
A Nem Tão Doce Lar foi inspirada em uma exposição internacional chamada Rua das Rosas, criada pela antropóloga alemã Una Hombrecher, e adaptada ao contexto sociocultural brasileiro e latino-americano.
Agroecologia em defesa da vida
A FLD-CAPA em parceria com outras entidades da sociedade civil, governamental e religiosas vem atuando para a superação da violência contra as mulheres. “A agroecologia preza pela vida e respeito a todos os seres vivos e não compactua com a violência doméstica familiar, onde há violência não há agroecologia”, finaliza Michels.