Participantes de rodas de conversa discutiram caminhos para o desenvolvimento da agroecologia e a maior inclusão de mulheres no processo produtivo e de comercialização
A Roda de Conversa sobre Alimentação Saudável foi uma das ações promovidas em Erexim durante a 17ª Semana Nacional do Alimento Orgânico, que teve como tema: “Alimentos Orgânicos: nosso presente para as gerações futuras”. A reunião on-line teve a participação de 50 pessoas e ocorreu no dia 29 de junho.
O diálogo foi facilitado por Melissa Lenz, nutricionista e coordenadora do CAPA Santa Cruz, Kariane Gaiardo, estudante de arquitetura da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e estagiária da Cooperativa Nossa Terra, e Ingrid Margarete Giesel, engenheira agrônoma e coordenadora do CAPA Erexim.
Segundo Giesel, o espaço promoveu debate necessário e desafiador sobre alimentação agroecológica, constituição de uma rede de articulação entre mulheres e agroecologia e a ampliação da participação feminina em outros setores da sociedade, como representantes sociais, políticas e de formação.
Já Lenz complementou que o evento foi marcado pela troca de conhecimentos agroecológicos, mas também por uma articulação de mulheres que, além de se mostrarem preocupadas com a alimentação saudável, possuem interesse pela participação em sua produção e comercialização. A coordenadora do núcleo de Santa Cruz afirma ter notado, por meio das perguntas na roda, a relevância que a reflexão sobre a diversidade do tema possui entre os participantes, que demonstraram, sobretudo, forte apreço pelo cuidado à saúde.
Espaços de inclusão
Kariane Gaiardo apresentou a proposta de construção de uma feira voltada, exclusivamente, à comercialização de produtos por jovens e mulheres. O momento permitiu perceber a presença das mulheres em todas as ações do cooperativismo, além da inserção no ciclo de produção, industrialização e outros espaços de representação agroecológica.
Contudo, a estudante destacou que, na Cooperativa Nossa Terra, o número de sócias ainda corresponde apenas a 20% do total, algo que, segundo ela, deve ser encarado como incentivo à inclusão feminina em locais que ainda são vistos como predominantemente masculinos.
“Não só incentivar, mas também criar espaços que sejam capazes de incluí-las, e por isso lanço hoje a proposta da construção de uma feira regional de mulheres e jovens, através da produção agroecológica e das produções manuais”, disse Gaiardo.
Juventude e Agroecologia
Além do diálogo sobre Alimentação Saudável e Agroecologia, foi realizada Roda de Conversa sobre Juventude e Agroecologia no dia 2 de julho e, no dia seguinte, a divulgação da Semana do Alimento Orgânico e ações de promoção à agroecologia na Feira da Cooperativa Nossa Terra.
“É necessário plantar alimentos agroecológicos, com respeito aos ciclos da natureza e sem a utilização de venenos. Para viabilizar o processo, devemos capacitar uma rede de pessoas voluntárias para multiplicar as forças em defesa da comida saudável, das plantas medicinais, da pesquisa e da participação de todas e todos, de modo a construir pontes de promoção à agroecologia e à saúde”, ressaltou a coordenadora do CAPA Erexim.
Texto: Vicente Giesel Hollas