As técnicas contribuem para o cultivo de alimentos saudáveis e reduzem os custos da produção
As técnicas alternativas de controle de pragas e doenças e as adubações orgânicas são práticas que substituem gradativamente o uso de venenos químicos e fertilizantes sintéticos na agricultura. Foi sobre isso que o assessor técnico do CAPA (Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia) Fernando Diniz conversou com agricultoras e agricultores em Formosa do Oeste, no Paraná.
A atividade foi feita a pedido das próprias famílias e ocorreu na terça-feira (18), no sítio da Aparecida Vanderléia e do João Marcos Becarlo. O casal trabalha no processo de transição agroecológica para certificação orgânica, com apoio da assessoria técnica do CAPA e Itaipu Binacional. “Nós gostamos muito do curso e com certeza vamos aplicar algumas das técnicas que aprendemos”, disse João.
Transição Agroecológica
Segundo Fernando Diniz, a substituição gradativa do uso de venenos e fertilizantes sintéticos por biofertilizantes e defensivos alternativos é uma das ações para a transição agroecológica de produção vegetal e criação animal. “Trabalhando essas técnicas tradicionais e ecológicas podemos, juntos com os produtores, produzir alimentos mais puros e saudáveis, além de reduzir os custos da produção de alimentos”, ressaltou.
A capacitação teve a presença de famílias dos municípios de Formosa Do Oeste, Assis Chateaubriand, Iracema do Oeste e Jesuítas. Ao final da atividade, foram entregues sementes de cobertura e adubação verde como a ervilhaca, o centeio e o trigo mourisco. Além de kits de sementes de hortaliças crioulas.
Observar e aprimorar
De todas as técnicas apresentadas, a água de vidro foi a que mais chamou a atenção de Maria Luiza Gobet. Ela disse que pretende testar em breve na horta a mistura de cinza de fogão e cal. “Vamos fazer um teste. Aprendi que testar até encontrar o equilíbrio naquilo que estamos fazendo é o segredo”, ponderou ela.
Maria Luíza, que é presidente da Associação dos Produtores Rurais de Formosa do Oeste, disse que com o curso lembrou de como o seu pai trabalhava. “Meu pai saía caminhar pela roça para observar a plantação para ver do que ela necessitava. Segundo ele dizia, a planta reage de acordo com o que o dono oferece a ela”, relembrou Maria.
Atuação
A atividade foi realizada por meio do convênio entre CAPA e Itaipu Binacional, que atuam em parceria na região Oeste do Paraná para realizar Assessoria Técnica e Extensão Rural (Ater) a agricultoras e agricultores familiares, pescadoras e pescadores, com foco na produção sustentável.
Texto: Diangela Menegazzi
Fotos: Fernando Diniz