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Mulheres de comunidades rurais se formam como Promotoras Legais e Populares

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Mulheres de comunidades rurais se formam como Promotoras Legais e Populares
6 de setembro de 2019 Núcleo Pelotas

Pelotas – RS – Formação capacita para o enfrentamento da violência contra as mulheres, em especial para as que estão na zona rural

Aconteceu neste dia 06 de setembro a formatura de 28 mulheres, ligadas à comunidades rurais, no Curso de Promotoras Legais e Populares, em solenidade na Embrapa Estação Experimental Cascata.

Promovido pelo Centro de Apoio e Promoção da Agroecologoia (CAPA), Centro Ecumênico de Capacitação e Assessoria (CECA) e pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD), a formação tem por objetivo capacitar e aprofundar o debate sobre a violência e suas diversas formas na busca por equidade entre homens e mulheres, mas principalmente no enfrentamento a todos os tipos de violência doméstica a que muitas mulheres, também no meio rural, estão submetidas.

Dividido em três módulos, a formação englobou diversos temas como direito das mulheres agricultoras, organização do poder judiciário, direitos humanos e direitos das mulheres, violência contra a mulher como violação dos direitos humanos, Lei Maria da Penha, políticas públicas, direitos sexuais e reprodutivos, entre outros.

A necessidade que o CAPA viu em propor e promover este curso e buscar a parceria se deu porque em seus mais de 40 anos de atuação em Pelotas e região, tem no seu trabalho contínuo o apoio às comunidades rurais, com olhar especial para as demandas e necessidades das mulheres agricultoras – sejam assentadas, quilombolas, indígenas ou da agricultura familiar e tem sentido que é fundamental discutir questões relacionadas com a violência sofrida pelas mulheres, realidade também enfrentada por elas no meio rural.

Segundo o Engenheiro Agrônomo e Coordenador do CAPA, Roni Bonow, quando se pensa em agroecologia se busca a vida e o desenvolvimento pleno das famílias e pessoas envolvidas nesse processo. “Hoje, avançar no trabalho pela justiça de gênero, desvendando o lado oculto da violência contra as mulheres no campo, que muitas vezes não aparece nas estatísticas e fica velada é uma necessidade cada vez mais presente na atuação e trabalho do CAPA”, completa.

Integram o grupo, mulheres de vários municípios – Pelotas, São Lourenço do Sul, Morro Redondo, Canguçu, Camaquã, Herval, Cerro Grande do Sul, além de Rio Pardo, Santa Cruz do Sul e Erexim, no RS e ainda Verê no PR.

Esse curso constitui-se como Curso de Extensão da Faculdade Unida de Vitória no ES, com a coordenação Pedagógica do Grupo de Pesquisa Religião, Gênero e Violências: Direitos Humanos REGEVI e tem caráter Universitário. Para o CECA, há 21 anos promovendo o Curso de PLPs, ter pela primeira vez o seu curso reconhecido por uma Universidade é um grande avanço. “Foram e são tantas lutas e desafios no nosso dia-a-dia, que é muito gratificante para o CECA ter esse reconhecimento. E para as mulheres é mais um incentivo para que continuem no enfrentamento as violências a que são submetidas e para que se fortaleçam ainda mais”, completou Alda Beatriz Fortes, Presidenta do CECA.

São parceiros do projeto a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), a Igreja Evangélica Luterana na América (ELCA em Inglês) e da agência Pão Para o Mundo (PPM).

Texto: Rocheli Wachholz

Foto: Elias Wojahn