Jovens alunos do terceiro ano da Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (Efasc) acompanharam nesta quarta-feira, em Vale do Sol (RS), o processo produtivo e de beneficiamento da erva-mate. O grupo formado por 24 pessoas, entre alunas, alunos e monitores visitou pela manhã a propriedade do agricultor Sinério Arend e a tarde a unidade onde os nove produtores associados à Cooperativa Ecovale realizam o beneficiamento do produto. A atividade na localidade de Fontoura Gonçalves, região serrana do município foi articulada em parceria com o Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (CAPA) de Santa Cruz do Sul.
O anfitrião, Sinério Arend, associado à Cooperativa Ecovale, destacou para as alunas e para os alunos a relevância tanto produtiva quanto econômica da erva-mate para a diversificação no meio rural. De acordo com o agricultor, o manejo da erva-mate é de baixo custo. “Apenas precisamos da mão de obra. Não existem outros gastos. É um dinheiro limpo. Por isto, ela é um componente importante dentro do processo de diversificação e renda na propriedade”, afirma.
Além da erva-mate, os estudantes da Efasc foram conhecer o processo de diversificação da propriedade de Sinério. Neste contexto, foram apresentados também ao projeto pedagógico desenvolvido pelo filho do agricultor, Cleiton, que também é estudante da escola. O trabalho do jovem é baseado na avicultura para produção de ovos e já está em processo de registro pelo sistema de inspeção municipal, para comercialização. Além disso, a família trabalha com a criação de peixes e diversas espécies de frutíferas para abastecimento da família e comercialização na comunidade. Ainda, são preservadas na propriedade três variedades de semente de milho crioulo e mais 20 colmeias de abelhas nativas sem ferrão, das espécies Jataí e Mirim.
O técnico agrícola do Capa, Augusto Weber, e o engenheiro agrônomo e coordenador da entidade, Sighard Hermany, participaram da visita. Sighard considera que destacou aos alunos da escola o potencial da erva-mate por ser de ocorrência natural da região. “É uma planta adaptada ao meio ambiente e propícia o sistema agroflorestal de produção. Ela está entre a vegetação nativa, no mato, e pode ser manejada junto com outras culturas”, avalia. Ainda, segundo o agrônomo, a propriedade dos Arend está em avançado estado de conversão para a agroecologia, através das atividades de diversificação.
À tarde, outros três produtores de erva-mate associados à Ecovale integraram a visita à unidade de beneficiamento. Todo o processo, desde a colheita até a embalagem e comercialização, foi explanado às estudantes e aos estudantes da Efasc.
Jopói
A erva-mate produzida pelas agricultoras e pelos agricultores da Ecovale é comercializada através da marca Jopói, própria da cooperativa. O nome, em Guarani, significa “a gente se ajuda”. O processamento do produto é realizado conforme demanda da cooperativa, mas em média é de 500 quilos mês. A Jopói é produzida de acordo com os princípios da agroecologia e a maioria dos ervais são nativos. A erva pode ser comprada na loja da Ecovale, que fica na Rua Thomás Flores, 805, no centro de Santa Cruz do Sul. A cooperativa completa 15 anos em 12 de agosto de 2015.
Texto e fotos: Leandro/CAPA Santa Cruz do Sul