Evento discutiu sustentabilidade e resgate cultural por meio de políticas públicas
Por Assessoria FLD
Fotos: Juan R. da Silva/GT Povos Indígenas-ANA e Daniela Herrmann/FLD
Brasília (DF) sediou o primeiro Encontro Nacional de Agroecologia Indígena (ENAI), evento que marcou avanços no debate sobre sustentabilidade e preservação cultural em territórios indígenas, com foco na formulação de políticas públicas voltadas à agroecologia para essas comunidades. O encontro reuniu cerca de 200 participantes, incluindo lideranças indígenas, agricultoras e agricultores, pesquisadoras e pesquisadores, representantes governamentais e de organizações da sociedade civil.
Promovido pelo Grupo de Trabalho de Povos Indígenas da Articulação Nacional de Agroecologia (GT Povos Indígenas/ANA), o evento contou com o apoio da Embrapa e do Ministério dos Povos Indígenas (MPI). A Fundação Luterana de Diaconia (FLD), em parceria com a Itaipu Binacional por meio do projeto OPANÁ: Chão Indígena, participou ativamente das discussões.
O evento destacou que a agroecologia vai além da produção agrícola, conectando a preservação ambiental, a segurança alimentar e a valorização cultural. As sementes tradicionais, frequentemente vistas como patrimônio cultural, foram apontadas como um recurso essencial para fortalecer a autonomia produtiva das comunidades indígenas.
A preservação das sementes tradicionais e o incentivo à produção sustentável estiveram no centro das discussões. Além de promoverem a segurança alimentar, essas ações garantem a valorização da cultura e dos conhecimentos indígenas. O fortalecimento da agrobiodiversidade deve ser uma prioridade, especialmente diante da emergência climática, que ameaça a sustentabilidade das práticas agrícolas tradicionais.
Durante o evento, uma audiência pública discutiu as ações governamentais para promover a agroecologia em territórios indígenas. As iniciativas apresentadas estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e ressaltam o papel central dos povos indígenas na promoção de uma agenda ambientalmente responsável.
A reunião representou um avanço significativo na construção de políticas públicas integradas, que unem sustentabilidade, segurança alimentar e valorização cultural, reafirmando o papel do Brasil como líder na promoção de práticas agroecológicas e na preservação da diversidade cultural.
O evento foi concluído com o compromisso de expandir as ações voltadas à preservação dos recursos naturais, à proteção dos saberes ancestrais e ao fortalecimento do protagonismo indígena na construção de um futuro sustentável.
O projeto OPANÁ: Chão Indígena atua na segurança alimentar das comunidades indígenas por meio da agroecologia, no acesso ao saneamento e água potável, e no fortalecimento cultural, além de promover ações de educação antirracista para pessoas não indígenas. O projeto atende mais de 900 famílias em 32 comunidades Guarani do oeste e litoral do Paraná, abrangendo os povos Avá Guarani e Guarani Mbya, em dez municípios paranaenses. A iniciativa da Fundação Luterana de Diaconia conta com o apoio da Itaipu Binacional.