A ação é parte do Projeto Emergencial de Conservação e Multiplicação da Agrobiodiversidade
Famílias agricultoras, camponesas e indígenas da região Oeste do Paraná vão receber 450 quilos de sementes crioulas de milho e feijão nos próximos dias. A entrega será feita pelo CAPA (Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia), núcleo de Marechal Cândido Rondon. A ação faz parte do Projeto Emergencial de Conservação e Multiplicação da Agrobiodiversidade no Paraná.
O projeto está sendo realizado a partir de parceria entre o Ministério Público do Trabalho (MPT-PR) e a Rede Sementes da Agroecologia (ReSA). A finalidade do trabalho é a proteção da agrobiodiversidade e valorização econômica da produção de sementes destinadas à produção de alimentos saudáveis. Assim, fortalecendo a agricultura familiar, povos indígenas e comunidades tradicionais.
Entrega no Assentamento Valmir Motta
Na última quarta-feira (18), a primeira entrega foi feita a agricultoras e agricultores do Assentamento Valmir Motta, em Cascavel. Uma chuva calma que caía sob a região, como há meses não se via, marcou o momento da partilha.
Dona Eva Solange Moraes ficou feliz com a coincidência, e recebeu com gratidão tanto a chuva quanto as sementes. Eva levou para casa sementes de milho e feijão, e também amostras de sementes de girassol, pipoca e abóbora. “Já preparamos a terra. Agora é só plantar”, comemorou.
Comprometimento
A família que recebe a semente terá o compromisso de multiplicar e devolver uma quantia à entidade que realizou a distribuição. Dessa forma, se estabelece um ciclo permanente de cuidado, multiplicação e trocas de sementes.
“As famílias têm acesso a uma grande variedade de cultivares, com boas características genéticas, e podem fortalecer sua autonomia enquanto produtores de sementes e de alimentos saudáveis”, ressalta Luiz Carlos Hartmann, da coordenação do CAPA Rondon.
O que são sementes crioulas?
As sementes crioulas são variedades desenvolvidas, adaptadas e produzidas por famílias agricultoras, camponesas, indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais, que as selecionaram por várias gerações, e as adaptaram aos seus sistemas de produção.
O resultado é um material com alta variabilidade genética, com rusticidade, boa adaptabilidade a condições climáticas adversas e que resultam em boas colheitas, com bons índices produtivos e alimentos com características nutricionais diferenciadas.
Texto e Fotos: Diangela Menegazzi