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CAPA e parceiros iniciam projeto em apoio à produção alternativa ao tabaco
28 de agosto de 2012 zweiarts
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Angélica Buchweitz tem 19 anos. Natural da zona rural  de São Lourenço do Sul (RS), ela deixou a vida no campo para estudar na cidade. Até aí, a história da jovem não difere muito daquela escrita pela maioria dos adolescentes da colônia. O diferencial da trajetória de Angélica começou logo a seguir quando, depois de concluir o curso, retornou à zona rural com a bagagem repleta de conhecimentos a serem aplicados no cotidiano da agricultura familiar, até então quase totalmente baseada na cultura do tabaco.

E a família Buchweitz não está sozinha. Outros milhares de agricultores da região também estão presos à realidade de tirar o sustento apenas da fumicultura, ficando dependentes de uma única fonte de renda que também não lhes permite produzir para consumo próprio. Felizmente, para mudar a conjuntura dos fumicultores da Zona Sul, o Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (CAPA, www.capa.org.br), junto com uma rede de sete organizações da agricultura familiar do Território Zona Sul do RS, inicia a execução do projeto de Ater em Rede à promoção da diversificação produtiva e sustentável da agricultura familiar em áreas cultivadas com tabaco, selecionado por meio de Chamada Pública lançada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

A proposta beneficiará 960 famílias dos municípios de Amaral Ferrador, Arroio do Padre, Cristal, Canguçu, Pelotas, Turuçu e São Lourenço do Sul. O objetivo é desenvolver ações de estímulo à atividades produtivas diversificadas e sustentáveis, como leite, fruticultura, com destaque para o pêssego, e produção de grãos e hortaliças orgânicas, proporcionar gestão da unidade familiar e de produção e organização social e comercialização dos produtos. Iniciativa esta que já vem revelando novos frutos. Afinal, a própria Angélica já começou a dar um novo rumo à propriedade da família, que há mais de 20 anos se dedicava quase que totalmente ao tabaco. Srgundo ela, hoje o local já trabalha com foco na produção de cebola, feijão, morango e hortifrutigranjeiros. “Porque o fumo é só para vender. Os outros servem para consumo próprio e ainda permitem venda do excedente”, justifica, satisfeita.

Para planejar

Para selar o começo da iniciativa, foi realizado no dia 28 de agosto um encontro de planejamento do projeto. Mais de cem pessoas das comunidades beneficiadas foram convidadas a conhecer um pouco mais o processo do programa, que já está na segunda etapa de execução. Conforme explica a assessoria do Programa, Carla Rech, o objetivo é proporcionar aos agricultores outras alternativas que lhes favoreçam o sustento e a própria subsistência. “Não somos contra o tabaco. Apenas queremos que estas pessoas possam ter outras alternativas de renda com produtos que também podem  ser produzidos para consumo próprio”, afirma Carla.

A coordenadora do CAPA, Rita Surita, aproveitou a oportunidade para salientar não apenas a importância do Programa, mas também o potencial da região sul como produtora de uma vasta gama de culturas. “Nenhum outro lugar tem tudo isto, não ficar presos a somente uma cultura. Esse programa é para fortalecer o que a região tem de melhor”, defende a coordenadora.

Para chegar ao sucesso

E para possibilitar que os fumicultores atinjam sucesso com esta diversificação produtiva, o CAPA disponibilizará assistência técnica totalmente gratuita. Segundo Carla, as propriedades beneficiadas pelo programa já passaram por uma radiografia completa para realização de um diagnóstico que avalia a realidade e as potencialidades de cada região. “Vamos mostrar alternativas práticas e economicamente viáveis e com redução de insumos agrícolas. Queremos expandir os horizontes dos produtores de tabaco”, afirma.

Outro foco do programa é proporcionar a troca de experiências entre os agricultores, facilitando seu caminho até as associações e favorecendo o desenvolvimento dos respectivos segmentos e dos próprios produtores. Presente no encontro de ontem, a fiscal do MDA, Tânia Hansel, se disse muitos tranquila com relação ao andamento do projeto. Para ela, saber que iniciativa está sob o comando do CAPA é sinônimo de tranquilidade.

Texto: André Amaral/Diário Popular/Pelotas

Foto: Rocheli Wachholz/CAPA

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