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Comunidades Guarani do Paraná recebem impulso para pesca artesanal e sustentabilidade alimentar

                 

Notícias

Comunidades Guarani do Paraná recebem impulso para pesca artesanal e sustentabilidade alimentar
17 de dezembro de 2024 Fabio FLD

Por Assessoria FLD
Fotos: Ana Paula Soukef e Fábio Conterno

As praias, lagoas e rios do litoral paranaense e as margens do Lago de Itaipu com as águas que atravessam o território do estado carregam histórias de subsistência e cultura. Entre as populações que dependem dessas águas, as comunidades dos povos Avá e Mbya Guarani encontram na pesca artesanal não apenas uma fonte de alimento, mas um elo ancestral com a natureza. Tradições que ganham novo fôlego com a chegada de equipamentos que servirão para fortalecer a sustentabilidade alimentar nas regiões Oeste e Litoral do estado.

Por meio do Projeto OPANÁ: Chão Indígena, uma parceria entre a Fundação Luterana de Diaconia (FLD) e a Itaipu Binacional, estão sendo distribuídos kits de pesca, que serão utilizados por 15 comunidades do oeste e do litoral do Paraná, potencializando suas capacidades de pesca artesanal. Um total de 15 kits serão entregues, compostos por mais de 50 itens, como varas de pescar, molinetes, anzóis, chumbadas, boias, redes e tarrafas, com foco em ampliar a autonomia e a produtividade pesqueira dessas comunidades.

A pesca, além de ser uma prática comum, é essencial para a dieta das famílias Guarani. O pescado não apenas representa uma importante fonte de proteína animal, mas também contribui para a manutenção de práticas tradicionais que atravessam gerações. Realizada de forma artesanal, com equipamentos simples e diretamente das margens de rios, lagos e mar, essa atividade ganha agora um incentivo para atender às demandas alimentares de modo mais eficiente.

Para Oscar Benites, cacique do tekoha Yva Renda em Itaipulândia, no oeste do Paraná, a chegada dos equipamentos de pesca é muito bem-vinda e proporcionará a manutenção de uma relação ancestral do povo Guarani com os peixes. “Estávamos ansiosos pelos equipamentos de pesca, nossa comunidade não tem recursos e este material vai ajudar muito para a alimentação. O peixe é um alimento ancestral para nós. A comunidade toda está muito feliz e agora vamos pescar no fim de ano “, comemora Oscar.

A assessora de projetos da FLD e engenheira de aquicultura Micheli Becker, responsável pelo acompanhamento da piscicultura pelo projeto OPANÁ nas comunidades, destaca a relação entre o povo Guarani e os peixes. “Culturalmente, o peixe sempre fez parte da vida Guarani. Muitos se lembram com saudade da infância, quando se banhavam nos rios e de lá tiravam o alimento. O projeto busca resgatar e fortalecer esse vínculo e base alimentar que sempre existiu”, explica Micheli.

Outro pilar na área de piscicultura do projeto é a instalação de 31 tanques elevados para a criação de peixes, pensados para as comunidades que não possuem acesso direto a rios ou ao Lago de Itaipu. Esses tanques serão povoados com três mil alevinos de tilápia por tanque, totalizando 93 mil exemplares da espécie, que serão criados e tratados localmente. Após o ciclo de crescimento dos peixes, o alimento será distribuído entre as famílias, garantindo uma fonte segura e sustentável de proteína para populações que, frequentemente, enfrentam desafios relacionados à segurança alimentar. Micheli ressalta o cuidado e o respeito que o povo Guarani tem pelos peixes, enfatizando que os momentos de despesca são verdadeiras celebrações envolvendo toda a comunidade e, em especial, as crianças. “Na cultura Guarani, há um profundo respeito pelos animais, especialmente pelos filhotes”, acrescenta.

O OPANÁ: Chão Indígena vai além da entrega de materiais: ao fortalecer a relação dessas comunidades com os recursos naturais, o projeto também reforça os laços culturais e ambientais que definem a identidade do povo Guarani.

Mais do que um gesto de apoio, a iniciativa representa o resgate de saberes ancestrais adaptando-os aos desafios contemporâneos. E, assim, as margens dos rios e lagos não só alimentam os corpos, mas também nutrem a memória e a resistência de um povo que insiste em preservar suas raízes.