Nos últimos dias 09, 10 e 11 de outubro, colegas de FLD, dos programas CAPA Pelotas e CAPA Santa Cruz do Sul e mulheres de comunidades kilombolas, estiveram reunidos para a realização de mais atividades do projeto de Justiça Racial e Educação Antirracista do Bioma Pampa.
Desta vez, os encontros que aconteceram com colegas de equipe em Santa Cruz do Sul (RS) e com mulheres das comunidades kilombolas Rincão dos Negros e Cruz Alta, do município de Rio Pardo (RS), tiveram como objetivo principal trazer a questão racial para o centro da discussão através da educação antirracista e das relações étnico raciais sob a perspectiva kilombola.
De acordo com a assessora de projetos, Juliana Soares, “os encontros têm sido espaços de diálogos com as equipes e comunidades kilombolas, provocando a reflexão sobre a questão racial a partir do lugar social que cada pessoa ocupa na sociedade, para então entender qual o seu papel no processo de educação antirracista e enfrentamento ao racismo”, explica.
As atividades, a partir da tradição da oralidade das comunidades, são realizadas com base metodológica em ações participativas e inclusivas, rodas de conversa, vivências, encontros e trocas de experiências entre as comunidades. As ações buscam contribuir para que mulheres kilombolas se apropriem dos aspectos que envolvem a questão histórica do povo negro no Brasil, as leis que amparam a comunidade negra, se reconheçam como sujeitas das suas próprias histórias, tomem consciência da sua condição de mulher negra kilombola e sigam na trajetória de luta e busca por seus direitos.
Assim, o projeto incide para que elas se reconheçam como lideranças de coletivos e de suas comunidades e possam, a partir disso, dialogar com a comunidade escolar e a igreja luterana a respeito da diversidade intercultural e reconhecimento da identidade étnico-racial, bem como se instrumentalizar para fazer o enfrentamento ao racismo.
Já com as equipes, os encontros buscam construir espaços de diálogos para sensibilização e contextualização sócio-histórica da constituição da sociedade brasileira e do racismo estrutural, teorizando e aprofundando conceitos relacionados a educação antirracista, refletindo sobre a história e termos racistas, em um movimento de desconstrução e reconstrução e, ao mesmo tempo, de instrumentalização para as ações antirracistas.
O objetivo é que a organização siga dando passos em direção ao desenvolvimento de sua política de justiça racial e permita mudanças significativas para aumentar e melhorar a diversidade nas equipes, gestão e governança e proporcione maior destinação de recursos de projetos para grupos sociais que carecem de apoio na atuação de defesa de seus direitos e no desenvolvimento de metodologias antirracistas.
Texto: Assessoria de Comunicação
Fotos: Juliana Soares