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Ecovale celebra 23 anos de produção agroecológica e abertura da Feira das Amoras

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Ecovale celebra 23 anos de produção agroecológica e abertura da Feira das Amoras
18 de agosto de 2023 Comunicação FLD
POR ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO CAPA

Para celebrar seus 23 anos, a Cooperativa Regional de Agricultores Familiares Ecologistas (Ecovale) reabriu seu espaço de feira no centro de Santa Cruz do Sul (RS), nesta terça-feira, dia 15, e realizou a inauguração da Feira das Amoras: mulheres, seus saberes e aromas.

A comemoração reuniu agricultoras e agricultores, pessoas associadas e parceiras e parceiros da cooperativa e representantes do governo municipal e da Fundação Luterana de Diaconia (FLD) e seu programa CAPA núcleo Santa Cruz em um potente encontro que também celebrou a agroecologia e a diversidade. As pessoas que passaram pela feira foram acolhidas com música ao vivo da Bruna Ave Cantadeira e Tatiana Pureza e puderam degustar diversos alimentos.

“São 23 anos de história e resistência na decisão de fazer agricultura agroecológica, de ter uma produção limpa que não está se contaminando e nem contaminando quem vai comer esse alimento”, afirmou Diego Teixeira de Oliveira, presidente da Ecovale e assessor de projetos da FLD-CAPA. Segundo ele, a revitalização do espaço da feira é importante “para abrigar melhor os agricultores e receber melhor quem vem buscar seu alimento”.

“Esse é um momento que precisa ficar marcado e é muito importante para o CAPA enquanto organização que assessora e caminha lado a lado da Ecovale e das mulheres da cooperativa”, destacou Melissa Lenz, coordenadora da FLD-CAPA Santa Cruz. Marilu Menezes, coordenadora programática da FLD-COMIN-CAPA, lembrou do significado da abertura da Feira das Amoras em agosto, mês de conscientização pelo fim da violência contra as mulheres através da campanha Agosto Lilás.

Durante a celebração, houve momento de benção da Pastora Emérita da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) Anelise Abentroth, do Sínodo Centro Campanha Sul, e do Diácono Clécio Weber, da Diocese de Santa Cruz do Sul. Ambos ressaltaram a importância da agroecologia em defesa da vida e por comida boa na mesa. Esteve ainda Oscar Stumm, presidente do Sínodo Central Campanha Sul.

Decio Luis Hochscheid, secretário de Agricultura do município, definiu o momento como sendo de orgulho e gratidão. “Posso dizer que conheço o CAPA e trabalhamos bastante tempo juntos e que bom que essa semente nasceu, cresceu, depois veio a Ecovale e isso dignificou e trouxe o movimento de amor à terra”. Também participaram representantes do Sicredi – Sistema de Crédito Cooperativo, Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (FEASC), Escola Família Agrícola de Vale do Sol (EFASOL), Refeições Ao Ponto, Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES) e Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).

Protagonistas da agroecologia

A primeira edição da Feira das Amoras mostrou a diversidade de produção das mulheres. Foram comercializados produtos da horta, ervas medicinais, mel, pães, bolos e artesanatos. Além de gerar renda, a feira será um espaço para que as mulheres se reúnam enquanto coletivo.

“Quando a gente chama todas as Amoras, a gente vê que esse coletivo é bem grande. E esse é o intuito dessa feira: que sirva para que as mulheres venham a se encontrar e mostrem o que somos capazes de cultivar e produzir, marcando a nossa presença. Porque temos um papel importante nessa sociedade”, afirmou Rosana da Rocha.

As Amoras surgem de um coletivo de mulheres a partir da Articulação Mulheres e Agroecologia (AMA), vinculado à Rede Ecovida de Agroecologia, e da tentativa de criar espaços para que as mulheres se sintam à vontade em diversos espaços, com seus olhares e saberes. “Nós entendemos que a agroecologia vai muito além de plantar sem veneno. Dentro dela estão envolvidas as várias relações que existem dentro e fora de cada propriedade. E notamos que a presença das mulheres era pequena nas reuniões, a maioria ficava em casa e os homens iam para os espaços de decisão da rede”, explicou Gabriela Schmitz Gomes.

Para Mariana Corvello, a importância de estarem organizadas enquanto um coletivo de mulheres produtoras agroecológicas é trazer o empoderamento feminino para as mulheres do espaço rural, além de ser um resgate da ancestralidade, lembrando que “antigamente, eram as mulheres que tiravam o sustento da terra, tanto o sustento de alimento quanto o de cura, os remédios medicinais”.

A intenção das Amoras é que a feira se repita uma vez por mês, aumentando o número de feirantes a cada edição. A primeira feira contou com mulheres de cinco municípios da região: Cachoeira do Sul, Pantano Grande, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires. “A gente quer muito que as Amoras se espraiem e venham mulheres de outros municípios para se somarem. Nossa proposta é que seja um espaço de acolhimento e que demonstre para a sociedade a diversidade das produções das mulheres rurais e agroecológicas”, completou Rosana.

Sobre a Ecovale

Primeira cooperativa de agricultoras e agricultores ecologistas do Vale do Rio Pardo, a Ecovale nasceu da demanda dessas pessoas por um espaço de comercialização de seus alimentos orgânicos. Desde seu início, conta com a assessoria do CAPA Santa Cruz, tanto para a organização dos grupos de produção, quanto na comercialização dos alimentos.

Atualmente, a cooperativa possui cerca de 50 pessoas associadas e atua no Vale do Rio Pardo e na região Central do Rio Grande do Sul, com sede em Santa Cruz do Sul, onde possui um espaço permanente de feira. Também realiza feiras em outros pontos da cidade em parceria com a prefeitura de Santa Cruz do Sul, em eventos e no município de Venâncio Aires, além de comercializar para restaurantes.

Além dos produtos orgânicos in natura, como alface, repolho, mandioca, batata e tomate, são comercializados alimentos que passam por processos de agroindustrialização, como açúcar mascavo, farinho de milho, arroz, feijão e erva. “Importante reafirmar que toda a produção comercializada pela cooperativa é orgânica e há uma diversidade de produtos”, lembra Diego.

Em julho deste ano, a Ecovale fez a primeira entrega de alimentos orgânicos para escolas da rede municipal de ensino de Santa Cruz do Sul e Vale do Sol através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), um momento histórico para a cooperativa e para os municípios. Cerca de 2,7 toneladas de alimentos já foram entregues às escolas de Santa Cruz do Sul e seu interior, tornando a alimentação mais saudável e nutritiva para centenas de estudantes.

A feira da Ecovale acontece nas terças e sextas-feiras, das 13h às 18h30, na Rua Thomas Flores nº 805.

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