Declaração assinada na República Dominicana, ao fim da IX Assembleia Continental do Movimento Agroecológico da América Latina e Caribe (Maela), convoca governos a agir pela Agroecologia, Soberania Alimentar e pelo Bem Viver. O documento foi divulgado após dias de intensos debates no país caribenho, entre 7 e 11 de novembro.
“Conclamamos os governos e o movimento social a buscar formas de estabelecer a Unidade dos Povos e avançar na construção de agendas comuns que priorizem a Agroecologia como o caminho a seguir para alcançar o Bem Viver dos Povos“, diz a Declaração.
O documento faz referência específica ao Brasil, saudando as eleições democráticas e a transição de governo em curso no país. Pede ainda, ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, a implementação de políticas públicas de “promoção do Bem Viver e da Agroecologia rumo à Soberania Alimentar nos territórios”.
A Declaração Política da IX Assembleia também reúne uma série de denúncias de violação de direitos humanos e de impactos ambientais decorrentes de megaprojetos, leis e tratados, como a devastação da floresta Amazônica e a não ratificação do Acordo de Escazú por diversos países da América Latina, entre eles o Brasil.
O Acordo de Escazú é o primeiro tratado internacional a prever mecanismos específicos de proteção a defensores ambientais. Esse ponto é de extrema importância, uma vez que a região é a mais violenta do mundo para esse grupo, segundo a organização Transparência Internacional Brasil.
Acesse aqui a íntegra da Declaração Política da IX Assembleia Continental do Maela.
Caminho para a Soberania Alimentar e o Bem Viver
A IX Assembleia Continental do Maela, no município de Padre las Casas, na República Dominicana, realizada entre os dias 7 e 10 de novembro, teve como tema “Construindo o Caminho para a Soberania Alimentar e o Bem Viver”. O objetivo principal do encontro foi articular ações de incidência política para o fortalecimento do Maela na promoção da agroecologia.
FLD-COMIN-CAPA esteve representada no evento pelo coordenador Jhony Luchmann, que apresentou, na abertura da assembleia, o painel “Agroecologia é o caminho para recuperar o bem viver. Uma esperança em tempos de crise mundial”.
“Fazemos parte do Maela porque queremos somar forças nas conexões, experiências e lutas das diferentes organizações que fazem parte do movimento”, afirma Luchmann.
O Maela representa a força política da agroecologia no âmbito da América Latina e Caribe e articula mais de 200 organizações camponesas, da agricultura familiar, comunidades indígenas, trabalhadoras e trabalhadores sem terra, mulheres, jovens rurais, consumidoras e consumidores, instituições de ensino, pesquisa e ONGs que defendem a agroecologia.
Nova composição do Conselho Político
A cada Assembleia, realizada de três em três anos, as organizações das 04 diferentes regiões que integram o Maela elegem um novo Conselho Político, instância responsável por dar andamento às deliberações políticas do movimento.
Neste ano, o Conselho eleito tem como representantes da Região Cone Sul Elisabeth Cardoso e Jhony Luchmann, do Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA) e da FLD-COMIN-CAPA, respectivamente.
Veja abaixo todas as pessoas que compõem o Conselho Político do Maela:
Bertha Picha – Bolívia – Região Andina
Sandra López – Nicarágua – Região Meso América
Rocío Romero – México – Região Meso América
Elisabeth Cardozo – Brasil – Região Cone Sul
Jhony Luchmann – Brasil – Região Cone Sul