Erexim/RS – Liciane Dariva, 28 anos, é agricultora desde a infância. Vive no Km 8, em Dourado, Erexim, com o marido Edson Sandro e o filho Vítor Augusto. Há dois anos, interessada pela produção orgânica, conheceu o CAPA.
Na propriedade de 10 hectares, o sogro e a sogra têm gado de leite, e ela e o marido cuidam da horta orgânica. A produção de hortaliças é comercializada de várias formas. A família participa da feira no bairro Estevão Carraro, aos sábados pela manhã, fornece produtos para mercados, dois restaurantes e faz entregas a domicílio. “Começamos a entregar encomendas para minha cunhada, que mora em Erexim, depois foram vizinhas, vizinhas, amigas e amigos das proximidades. Atualmente temos 40 clientes, nos bairros Bela vista e Linho”, explica Liciane.
Para ela, há uma diferença enorme entre o cultivo de alimentos orgânicos e o cultivo de alimentos convencionais: “podemos mexer nas plantas sem preocupações: se passou veneno ontem, hoje não pode chegar perto; podemos colher a qualquer momento, sem ter que observar prazos de carência. Além disso, os produtos ficam mais bonitos e com melhor qualidade do que antes”.
Outra característica da utilização de agrotóxicos lembrada por ela é que as doenças criam resistência aos venenos, sendo necessário trocá-los frequentemente. “Tínhamos muito gasto, agora os produtos para controlar infestações são preparados em casa, com insumos disponíves na propriedade, como urina de vaca, leite e cinza”, diz.
O que ela mais aprecia na sua prática com agricultura é ver aquilo que planta nascer, crescer e ser colhido. “Todo esse processo é muito bonito”. Liciane se considera uma pessoa feliz, por trabalhar com o que gosta, estar junto à família e ter autonomia de ser dona do próprio negócio.
Cláudia Dreier/Recado da Terra