Florianópolis/SC – Uma pesquisa do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA), instituição executora de contrato de assistência técnica e extensão rural (Ater) da Sead, apontou que houve ampliação da diversificação entre agricultores familiares produtores de tabaco. “Havendo segurança de que outro sistema produtivo possui maior viabilidade, troca-se de sistema”, conclui o levantamento, apresentado durante o Seminário sobre Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco, que acontece até o dia 7, em Florianópolis (SC).
O estudo traçou uma caracterização dos sistemas de produção de 160 famílias atendidas pelos serviços de Ater na cidade de Canguçu, Rio Grande do Sul, um das maiores produtores de tabaco do Brasil (conforme imagem abaixo). “Houve uma migração de famílias que trabalhavam com o subsistema fumo-milho para outros subsistemas mais diversificados, como o caso de fumo-grãos-hortaliças, fumo-batata-outras produções e grãos-hortaliças (sem fumo)”, indica a pesquisa, comprovando a menor dependência da renda oriunda da fumicultura.
Chama a atenção também o elevado número de agricultores familiares que passaram a comercializar alimentos. “A diversificação produtiva, com assistência técnica, possibilitou a organização dos agricultores familiares para o acesso a outros mercados: os institucionais, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), e a feira livre do município”, contou o secretário de Desenvolvimento Rural de Canguçu, Cleider Menegone, em vídeo sobre os serviços de Ater do CAPA.
Os serviços de Ater implementados pelo Instituto de Cooperação da Agricultura Familiar (Icaf), via contratação da Sead, também têm exibidos resultados significativos. Ao todo, a entidade atende 1,2 mil famílias no centro-sul do Paraná com o trabalho de 15 técnicos de campo. Em Guamiranga, o trabalho atende 82 famílias produtoras de tabaco. Doze delas já se organizaram em associação, articularam espaço próprio para comercialização junto à Prefeitura e estão começando acessar os mercados institucionais e os privados (varejo).
Quem conta é a extensionista Cristiane Tabarro: “Um das demandas que surgiu com o projeto de diversificação, após o acompanhamento das famílias para o processo de produção de alimentos saudáveis, foi a necessidade dos agricultores familiares montarem uma feira, que deu início a todo o processo de organização coletiva, de autonomia desses agricultores, na busca por vias de comercialização: começaram com a feira, montaram uma associação e agora estão entregando para o Pnae”. (acesse o depoimento do Icaf em vídeo).
A delegada federal da Sead em Santa Catarina, Keliane Freitas, acompanha a realização do Seminário. Para ela, conhecer de perto as experiências exitosas e o intercâmbio de informações com as instituições executoras de Ater vão contribuir para o aperfeiçoamento do Programa de Diversificação. “É um momento para propor ações para melhoras a interação da Ater de diversificação produtiva do tabaco com as políticas públicas da Sead”, completou.
Fonte: MDA/mda.gov.br