Pelotas (RS) – No dia 12 de julho, o Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA) realizou uma tarde de campo na propriedade de Enio Nilo Schiavon, para trabalhar o tema Sistemas Agroflorestais (SAF), em Pelotas (RS).
O SAF integra diferentes cultivos em uma mesma área, ou seja, plantas anuais, semiperenes e perenes de diferentes portes. Podem ser plantas rasteiras, arbustivas, trepadeiras, frutíferas, madeireiras e tubérculos, todas elas conjuntamente no mesmo espaço ou em sucessão no sistema.
Quanto maior a diversidade no sistema, melhor será a eficiência e sua sustentabilidade ao longo do tempo.
Neste dia, estiveram presentes 53 pessoas entre técnicas, técnicos, agricultoras e agricultores de diferentes regiões, com o intuito de realizar SAFs em suas propriedades, com o objetivo de melhorar a segurança alimentar por meio de frutas, tubérculos e plantas medicinais, e com vistas a proporcionar outra fonte de renda no futuro.
“As mudanças climáticas estão nos levando a rever técnicas normalmente recomendadas para nossa região e nos fazendo testar alternativas tecnológicas que tragam maior resiliência aos nossos agroecossistemas. Os Sistemas Agroflorestais são uma das grandes possibilidades neste sentido. Acreditamos que as agricultoras e os agricultores precisam fazerem novas opções e estarem preparadas e preparados para produzirem, mesmo com os extremos climáticos, pelos quais estamos passando. Estes extremos climáticos tendem a ser mais constantes e permanentes. Temos que saber conviver com isso”, comenta Rita Surita, engenheira agrônoma e coordenadora do CAPA núcleo Pelotas, explicando o que motivou a realização deste evento.
O Sistema Agroflorestal proporciona às plantas uma melhor eficiência frente às adversidades climáticas, principalmente estiagens, geadas e altas temperaturas. A principal vantagem dos SAF’s em comparação aos sistemas convencionais de uso do solo e restauração ambiental é o aproveitamento mais eficiente dos recursos naturais pela otimização do uso da energia solar, pela reciclagem de nutrientes, pela manutenção da umidade do solo e pela proteção do solo contra a erosão e a lixiviação. O resultado é um sistema potencialmente mais produtivo e sustentável.
O objetivo desses sistemas é a criação de diferentes extratos vegetais, procurando imitar um bosque natural, onde as árvores e/ou os arbustos, pela influência que exercem no processo de ciclagem de nutrientes e no aproveitamento da energia solar, são considerados os elementos estruturais básicos e a chave para a estabilidade do sistema.