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​CAPA e outras entidades agroecológicas debatem execução coletiva de projeto
20 de fevereiro de 2019 zweiarts
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Passo Fundo/RS – No dia 20 de fevereiro, o Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA), núcleos de Erexim e Santa Cruz do Sul, se reuniu com representantes de outras três organizações do Consórcio de Entidades de Assessoria em Agroecologia no Estado do Rio Grande do Sul: o Centro de Tecnologias Alternativas Populares (Cetap), o Centro Ecológico (núcleos Serra e Litoral) e a Associação Regional de Educação, Desenvolvimento e Pesquisa (Arede). O objetivo do encontro foi a discussão de metas e ações relativas a projeto aprovado pela Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema). Membros da Ação Nascente Maquiné (Anama), que também integra o consórcio, não puderam se fazer presentes na ocasião.

O projeto em questão foi desenvolvido, pelas entidades acima, com o objetivo de que a Sema o considerasse adequado para suprir o passivo ambiental de alguma empresa (soma dos danos ambientais e a obrigatoriedade de repará-los de acordo com sua magnitude). As organizações devedoras podem desenvolver as ações de reparação por conta própria ou “contratar” outras que as realizem. A Rio Grande Energia (RGE), distribuidora energética pertencente à Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), possui uma dívida (que se dispõe a pagar com dinheiro e não com reparação direta), equivalente ao custo estimado do projeto proposto. Assim, a Sema entrou em um acordo com o consórcio e a RGE, de modo que as ações serão realizadas pelas entidades agroecológicas em um prazo de 18 meses, com o custeio da empresa.

O consórcio assumiu o compromisso de promover avanços na implantação de sistemas agroflorestais e na valorização da cadeia produtiva das frutas nativas do Rio Grande do Sul, bem como, no âmbito do extrativismo sustentável, aumentar a visibilidade e o reconhecimento da Rede Ecovida de Agroecologia. Entre os objetivos específicos do projeto, o principal se refere a responsabilidade de desenvolvimento de agroflorestas e áreas de extrativismo sustentável que totalizem 100 hectares. A Sema deverá acompanhar o andamento das ações e emitir autorizações de manejo e certificados de conformidade com a proposta.

Algumas das outras metas assumidas pelo consórcio são: a realização de 12 mutirões de troca de experiências, de oito intercâmbios entre as entidades e as famílias envolvidas (pautados em debates e atividades sobre sistemas agroflorestais), a sistematização de cinco modelos de agroflorestas, o desenvolvimento de seis novos produtos a partir das espécies nativas e a realização de 18 oficinas de capacitação em processamento e comercialização das mesmas.

De acordo com Edson Klein, coordenador executivo do Cetap, entidade proponente do projeto, a importância do trabalho está relacionada ao intuito de estabelecer um vínculo entre práticas que, segundo ele, são vistas de maneira separada pela sociedade: a preservação ambiental/cultivo de frutas nativas e a geração de renda. Klein afirma que o projeto busca realizar ações que, além de recuperar áreas degradadas através do plantio dessas espécies, construa sistemas que, futuramente, sejam úteis na geração de renda familiar. Projetos como este, segundo ele, permitem a inter-relação entre empresas possuidoras de passivos ambientais e entidades de preservação e, neste caso, de apoio à agroecologia também. Portanto, os mesmos seriam uma oportunidade para que aquelas contribuam com práticas que promovam o benefício direto de agricultoras e agricultores. Para o assessor, o principal desafio da proposta, em seus 18 meses de execução, é o de convencê-los que as atividades visam, além da preservação do meio ambiente, auxiliar na execução de ações que lhes proporcionem um melhor retorno financeiro.

No que se refere à Rede Ecovida de Agroecologia, ele enfatiza que o projeto, ao oferecer um suporte às entidades envolvidas (viabilizando a atuação dos profissionais, a aquisição de equipamentos, compra de mudas, entre outras questões), permite o desenvolvimento de sistemas mais sustentáveis e biodiversos nas unidades de produção, contribuindo de maneira essencial com o avanço da agroecologia, objetivo principal da Rede.

Texto e Fotos: Vicente Giesel Hollas

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